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Redação nota 1000 sobre inclusão digital dos idosos

Redação nota 1000 sobre inclusão digital dos idosos

Introdução

Segundo o geógrafo Milton Santos, a era da informação não se manifesta de forma igualitária para todos os cidadãos, de modo a potencializar a exclusão de certos grupos sociais. Nesse sentido, nota-se que, embora a globalização tenha possibilitado o desenvolvimento de novas tecnologias - como os celulares e a internet -, os mais velhos não foram totalmente incluídos no meio digital, o que contraria o Estatuto do Idoso, que determina a integração à vida moderna como um direito essencial. Logo, faz-se necessário combater os principais desafios para a consolidação desse processo, dentre os quais se destacam a indiferença familiar e a insuficiência do poder público.

Desenvolvimento 1

Diante desse cenário, é vital compreender que a percepção social negativa voltada aos idosos é um obstáculo para a inclusão digital. Sob esse viés, apresenta-se o livro “A velhice” , de Simone de Beauvoir, que retrata, sob a visão da sociedade, os mais velhos como seres desprezíveis, em virtude de suas diversas necessidades básicas – relativas à idade e à saúde, por exemplo. Nessa perspectiva, tem-se que as famílias não oferecem, muitas vezes, o suporte necessário para que eles se adaptem às novas tecnologias, o que impossibilita a construção de sujeitos autônomos e, por consequência, acarreta a privação de suas liberdades individuais. Com isso, é perceptível que o descaso do núcleo familiar representa um empecilho para a inserção dos idosos na era da informação, o que colabora para a manutenção de uma estrutura excludente, conforme exposto por Milton Santos

Desenvolvimento 2

Ademais, é relevante apontar que a supervalorização do capital favorece a exclusão digital dos mais velhos. Segundo o sociólogo Karl Marx, a concepção do ser humano se modificou após a ascensão do capitalismo, visto que esse sistema, ao privilegiar o lucro, promove a “coisificação dos indivíduos” , que são transformados em mercadorias. Consequentemente, percebe-se que os idosos, por representarem a população economicamente inativa, não são devidamente valorizados pelo Estado, uma vez que não contribuem para o progresso econômico e, por isso, são considerados obstáculos para o desenvolvimento da nação. Assim, é visível a negligência estatal no que se refere a essa questão, já que a ausência de políticas públicas eficazes voltadas à inclusão digital impede a universalização dos direitos estabelecidos pelo Estatuto do Idoso.

Conclusão

Portanto, o Ministério da Cidadania deve elaborar uma campanha nacional de integração dos idosos à vida moderna, a qual ofereça, gratuitamente, conversas com especialistas no assunto – oferecidas para toda a família - e a possibilidade de os mais velhos se inscreverem em cursos de capacitação personalizados para o público idoso, a fim de desconstruir os estereótipos sociais e oferecer condições para que essas pessoas sejam plenamente incluídas na sociedade da era da informação. Essa medida poderá ser efetivada por meio de parcerias público-privadas, com a concessão de benefícios fiscais às empresas que se dispuserem a apoiar financeiramente essa iniciativa.

Essa redação foi feita por João Vitor, aluno Foco no Mil

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