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Redação nota 1000 sobre cultura do cancelamento

Redação nota 1000 sobre cultura do cancelamento

Introdução

A influenciadora digital Gabriela Pugliesi, em abril de 2020, perdeu diversos contratos com marcas famosas por descumprir com os procedimentos de distanciamento social quando realizou uma festa em sua casa e publicou nas redes sociais, atitude vista como irresponsável pelos seus seguidores. É perceptível que tal situação exemplifica a realidade contemporânea, visto que o confronto entre a cultura do cancelamento e a ressocialização do indivíduo representa um obstáculo na sociedade brasileira, seja pela falta de empatia da população, seja pela necessidade de identidade. Diante disso, torna-se imprescindível a discussão desses aspectos, a fim do pleno funcionamento social.

Desenvolvimento 1

Em primeira análise, é fulcral pontuar o egoísmo como promotor do problema. Em sua obra “A era do vazio” , o filósofo francês Gilles Lipovetsky afirma que a cultura do sacrifício está morta, e, por conseguinte, não se sente mais a dor do outro. Nesse sentido, nota-se que a alta velocidade com que as informações são propagadas na internet acarreta na volatilidade dos usuários, haja vista que, no âmbito cibernético, as pessoas são “canceladas” , muitas vezes, por erros momentâneos. Tal linchamento virtual, por parte da população, ocorre sem a ponderação das consequências negativas que tais opiniões podem geram para uma posterior ressocialização do indivíduo que sofre essas disseminações de ódio. Dessa maneira, faz-se mister a reformulação dessa postura de forma urgente.

Desenvolvimento 2

Ademais, é imperativo ressaltar que a questão deriva da carência de identidade por parte da população. O livro “Mayombe” , do escritor Pepetela, retrata a luta de independência da Angola, na qual os soldados encontravam-se em diversos conflitos internos por valorizarem o pertencimento a tribos distintas. De maneira análoga à ficção, constata-se que a cultura do cancelamento possui um caráter ambíguo, visto que pode garantir a proteção de comunidades minoritárias, como os negros e homossexuais, porém também é capaz de apresentar-se de forma destrutiva, ao promover a oposição a grupos com ideologias distintas. Tal tribalismo atua como um empecilho para a reintegração social dos indivíduos “cancelados” , uma vez que essa distinção ideológica é, infelizmente, influente na mentalidade nacional e dificulta, por exemplo, a obtenção de oportunidades de emprego por essas pessoas.

Conclusão

É evidente, portanto, que medidas exequíveis são fundamentais para atenuar o avanço da problemática. Sendo assim, a fim de ressignificar valores morais e garantir uma digna reinserção social dos “cancelados” , é mister que os meios midiáticos de maior influência na sociedade, mediante a transmissão de propagandas e anúncios em programas de televisão e rádio, explicitem a necessidade de um sentimento de nacionalidade coletiva por parte da população. Assim, atenuar-se-á, em médio a longo prazo, os impactos nocivos do confronto entre a cultura do cancelamento e a ressocialização do indivíduo, e situações semelhantes à de Pugliesi não serão presenciadas com frequência.

Essa redação foi feita por Guilherme Lopes, aluno Foco no Mil

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