Introdução

Na obra “Triste fim de Policarpo Quaresma”, do escritor Lima Barreto, o protagonista é caracterizado como um nacionalista que tem uma postura firme no que tange à valorização de seu país. Fora da ficção, no entanto, o comportamento da sociedade brasileira se distancia da conduta de Policarpo, de modo que ainda existem desafios que impedem a formação de uma identidade nacional no Brasil. Diante disso, convém analisar as causas desse revés: a supervalorização da cultura estrangeira e a pouca divulgação dos bens culturais.

Desenvolvimento 1

Em primeira análise, cabe pontuar a valorização exacerbada dada aos conteúdos de outros países como propulsora do impasse. Acerca disso, a proposta modernista brasileira, no século XX, tinha como plano uma renovação cultural que visava à consolidação de uma identidade verdadeiramente local. Contudo, por mais que os autores da época pregassem a necessidade de aceitação das raízes locais, existe, na hodiernidade, o apreço pelo que advém do exterior – sejam músicas ou filmes –, o que, por fim, dificulta a valorização das obras pátrias. Logo, são necessários meios formativos que tonifiquem o reconhecimento da importância das criações brasílicas.

Desenvolvimento 2

Além disso, observa-se a ínfima divulgação – por parte do Estado – das propriedades da cultura brasiliana. Nesse contexto, a Constituição Federal de 1988 assegura, no artigo 215, a defesa e o enaltecimento do patrimônio da identidade da nação, bem como a democratização do acesso a essas produções. Todavia, na prática, tal garantia é deturpada, tendo em vista que nem todas as idealizações nacionais são amplamente propagadas. Urge, assim, a tomada de providências que viabilizem o cumprimento dos direitos constitucionais.

Conclusão

Infere-se, destarte, que ainda subsistem entraves que dificultam a construção de uma identidade nacional no Brasil. Para mudar esse panorama, cabe ao Ministério da Educação, por meio de sessões públicas nas escolas, exibir – aos discentes e responsáveis, no contraturno escolar – filmes e músicas produzidas na própria pátria. Isso deve ser feito com o intuito de apresentar à população as obras elaboradas no âmbito brasileiro, bem como evidenciar a magnitude delas. Feito isso, amenizar-se-á o quadro de desvalorização identitária brasileira, e mais cidadãos irão ter ciência da significância da nação, assim como o personagem Policarpo Quaresma.

Autor: Paulo Henrique.